quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vidas que marcam (13)

AS APARÊNCIAS ENGANAM

João 4:7- “Então veio uma samaritana tirar água. E Jesus lhe disse: Dá-me um pouco de água.”
Quando eu cheguei aquele poço de Jacó, quase ao meio dia, não esperava ninguém por lá. O sol estava muito forte e nesse horário geralmente as pessoas ficavam em casa ou à sombra para se refrescarem. Eu não queria que ninguém me visse. Aliás, estava cansada de ouvir piadinhas sobre a minha moral e minha conduta. Havia um homem sentado no poço, parecia muito cansado, devia estar viajando. Ele estava sozinho.  Pensei em voltar para pegar água em uma outra hora, não queria importunar nem ser importunada, mas aquele homem com sotaque estrangeiro me pediu água.
Vocês sabem que água não se nega a ninguém, mas eu achei estranho um judeu, inimigo do povo, me pedir água com a voz tão macia. Tentei dar um fora nele e cortar o assunto pela raiz, mas cada palavra que eu falava era mais um motivo para ele dialogar comigo. Como as suas palavras eram diferentes!
Aquele homem que me pediu água era, na verdade, uma fonte de água viva.  Suas palavras foram lavando a minha alma, foram tirando de mim as minhas defesas e me mostrando uma nova vida. Ele me falou de coisas de minha vida que só eu sabia. Engraçado que ele mexia nas minhas mais profundas feridas sentimentais e existenciais e eu não sentia dor.  Naquele diálogo, ele matou a minha sede de vida. Ele me deu uma nova vida.
Eu tinha ido ao poço com sede e Jesus tinha a água que eu precisava.

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