segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Pequenas crônicas da minha terra 3

 


O bicho do Cabo

Existe na literatura brasileira uma história contada em 1854 pelo escritor cabofriense Teixeira e Souza, primeiro romancista brasileiro, em seu livro Providência, que faz menção a um acontecimento em nossa região entre os anos de 1819 e 1820.

Nessa época uma terrível seca afligiu cabo frio e todo o seu contorno.  Esta seca foi tão rigorosa que não só fez secar a quase todos os pântanos e lagoas que nunca secaram, como fendeu o solo até grande profundidade. E esse acontecimento coincidiu com  aparição de um animal marinho até então desconhecido, fazendo com que o povo ligasse a seca com aparição.

Perto de Cabo frio, há três léguas, existia um pequeno arraial, que era chamado simplesmente “o Cabo”. E como era nas praias desse local que aparecia esse anfíbio, o povo lhe chamava de “o bicho do Cabo”. O povo dizia que esse animal era muito feio, porém nunca fez mal a pessoa alguma, e que as vezes ele foge da presença humana.

Um dia, esse pobre bruto envolveu-se numa rede dos pescadores, e esses, por sentirem grande pavor, o mataram a pauladas e fisgadas. Enquanto apanhava, o coitado soltava gritos como os humanos. Depois de morto, cortaram uma das mãos e andaram mostrando pela cidade.

Atribuía-se a esse animal coisas extraordinárias e por incrível que pareça, após essa fatalidade, veio uma forte chuva  na região, acabando com a seca e fortalecendo a crença que tudo era causa do bicho de Cabo.

Pequenas crônicas da minha terra 2


 A nossa referência

As vezes ficamos a pensar sobre o nome de nossa cidade. E entendemos que não poderia haver nome mais esclarecedor sobre nossa localização e nossa origem. Lembro que na época da emancipação, algumas pessoas deram a ideia de trocar o nome. Alguém até sugeriu Cidade do Cabo. Ainda bem que não trocaram. Afinal tivemos origem e ficamos por alguns séculos como um simples arraial na pontinha de um distante cabo, praticamente dentro do mar

Arraial é uma palavra de origem portuguesa que significa acampamento ou lugar onde se acampa. No Brasil, o termo é utilizado para se referir a pequenas vilas ou povoados que surgiram a partir da união de grupos de pessoas em torno de uma atividade econômica, como a mineração, a agricultura e, no nosso caso com a pesca.

Por sua vez, Cabo é um acidente geográfico formado por uma massa de terra que se estende adento de um oceano ou mar. Muitas vezes essa extensão de terra exerce influências sobre correntes costeiras e outras características oceanográficas.

Assim somos, por natureza, um povoado mar adentro, uma pequena vila a beira-mar, uma aldeia de pescadores ou sintetizando, um Arraial do Cabo. Interessante que a preposição “do” nos fornece uma ideia de pertencimento. Pertencemos a esse local. Pertencemos a essas praias de areias brancas, a esse marzão de águas frias. Temos em nossa pele as marcas do vento, das brisas, respiramos esse cheiro de mar

Somos um Arraial no Cabo.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Pequenas crônicas de minha terra - 1


 

Pequenas crônicas de minha terra - 1

A corte imperial e o cemitério do Arraial

Em  Abril de 1847, o jovem imperador d Brasil, D. Pedro II, então com 21 anos, acompanhado de sua esposa,  a imperatriz Teresa Cristina visitou Cabo Frio e estendeu  o passeio, chegando ao Arraial, na época  2 pequenos aglomerados de choupanas  distribuído em duas belas praias. Nesse contado da sua majestade com o povo simples cabista, surgiu um pedido: O povoado estava necessitando da construção de um cemitério para enterrar os seus queridos. O imperador voltou para a corte, deixando essa promessa.

O tempo foi passando, e 21 anos depois,  a princesa Isabel, filha do Imperador veio passear em nossa região  com o seu marido, Gastão de Orléans o Conde d’Eu, e estenderam a viagem até o Arraial, com o intuito de finalmente cumprir a promessa do imperador. 

Mas não foi nada fácil. Por causa da grande rixa entre os moradores da praia dos Anjos com os moradores da Praia Grande, o terreno tinha que ser entre os dois locais. Várias opções foram descartadas  até se achar o local ideal.

Mas ainda teve uma outra situação que fez a Princesa “rir com tamanha rixa”. os moradores  pediram um muro no meio para dividir o cemitério em dois, para cada bairro enterrar no seu lado.  A princesa resolveu o caso, fazendo marcos que criavam uma linha imaginaria separando os dois lados. Assim durante muitos anos os que moravam no bairro  na Praia Anjos eram enterrados a direita  e os que moravam na Praia Grande eram enterrados  a  esquerda do cemitério.

Em tempo, o nome do cemitério do Arraial é Princesa Isabel

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 100

 

100 - Agora é hora de escrevermos o segundo século

Depois de uma festa tão bonita onde ouvimos por meio dos pregadores tantos desafios em sermos uma igreja centenária, nasce no coração uma pergunta:  Como continuarmos relevantes e influentes em uma sociedade exigente, descomprometida com a Palavra de Deus e com o próprio Deus onde diversas ideologias vem divergir com os padrões morais e espirituais que a Igreja defende? 

Surge a necessidade da Igreja prosseguir levantando a bandeira da pregação do Verdadeiro Evangelho, o amor que nos exige uma entrega ao outro com sabedoria para que o assistencialismo não tome conta da proposta real que é o cuidado com o homem no todo a fim de promovermos a autonomia e libertação. 

Faz-se necessário que a Igreja escreva uma história de respeito para com a sociedade no combate ao toda a discriminação e injustiça, que a política da Igreja seja nunca de omissão, mas sem partidarismo e politicagem.

Que a igreja pregue o Cristo da cruz com olhar cheio de amor com a mente na mensagem da ressurreição que nos promove a esperança de vida eterna. Prossigamos agora rumo a 1011, 102, 103... e outros com a vida na VIDA.

 (
Pr. Carlos Henrique Soares)

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 99

 

1923 – 2023   Centenário da Família Pibac

Como vimos no decorrer da história, a nossa cidade e a nossa igreja passaram por grandes transformações.

 Infelizmente, nós não temos mais a primeira ata. E  também não temos a relação total dos primeiros membros da igreja. Mas queremos pegar como exemplo 3 irmãos que temos certeza que foram parte daqueles fundadores.

Como sabemos, o vilarejo de Arraial do Cabo era praticamente dividido em duas pequenas aldeias: A da Praia Grande e a da Praia dos Anjos e havia entra elas uma competição e certa inimizade.

Pois bem,  podemos destacar que os senhores Venâncio Mello , morador da Praia dos Anjos e Antônio Teixeira, morador da Praia Grande aprenderam a ser irmãos aqui.

Venâncio Mello e Antônio Teixeira eram cabistas. Mas desde o início, o evangelho em nossa cidade alcançou os que eram forasteiros. O terceiro é o Sr. Clodoaldo Goncalves, o Nhozinho, que não era natural de nossa cidade, mas sim,  de São Pedro da Aldeia.

Esses exemplos de homens de valor de nossa igreja nos mostram que mais do que família Mello, Teixeira, Gonçalves, Souza, Oliveira, Macedo, Almenara,  Soares,
Almeida, entre outras, a grande conquista da nossa igreja centenária é ter formado a FAMILIA DA PIBAC.

Parabéns, pois fazemos 100 anos como família  Pibac!

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 98










98-  Enfim, 100 anos – Celebração de 17 de outubro

A vida é feita de desafios. Mas existem desafios que são prazerosos em ser cumprindo. E a igreja se desafiou em estar na Praça da Praia dos Anjos, às 18.30hs vestidos com roupa da moda do início do século passado. Parecia uma máquina do tempo.  E como foi bom ver o sorriso estampado em cada face. Liderados pelo pastor Carlos Henrique, saímos em caminhada até o templo.

Mas o tempo é outro... se anos atrás a igreja era perseguida, agora ela caminhava pela cidade e alguns aplaudiam, outros olhavam com satisfação e muitos paravam para gravar essa imagem em vídeos e fotos. 

No auditório abaixo do templo, um museu com lembranças dos tempos do início da igreja ajudava a trazer a mente um pouco do dia a dia  dos primeiros batistas em nossa cidade

No templo, uma alegria ímpar, com a presença do grupo Atitude, mensagem edificante e desafiadora do pr. Raphael Abdalla e homenagem ao pastor atual, pr. Carlos Henrique. Os pastores Antônio júnior (da PIB em São Pedro d’Aldeia) e Elildes Junio (da PIB em Cabo Frio) falaram em nome das igrejas organizadas pela Pibac. Entre os que fizeram uso da palavra, prefeito Marcelo Magno parabenizou a igreja em nome dos Munícipes.

E por fim, uma palavra sobre a importância de sermos e agirmos como uma só família. A família Pibac. Família que é um PRESENTE de Deus para nossa cidade e ao mesmo tempo prega e vive um Deus sempre PRESENTE.

 

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 97

 









97-  Celebrações dos dias 15, 16 e 17 de outubro

Continuando as comemorações do centenário,  o final de semana reservou para a Pibac muitas emoções.  No sábado, tivemos a alegria de ter  o coral Nova Canção, relembrando os momentos dos cultos dos anos 70 e 80. Depois uma cantata com o Coral Pibac Kid’s. Domingo de manhã, o afinadíssimo grupo Vozes  e à noite a orquestra e o coral de nossa igreja. Como mensageiro tivemos nesses dois dias a presença do amado pr. Irland Pereira de Azevedo, trazendo mensagens atuais e desafiadoras para a nossa igreja

Na segunda feira, foi a vez da igreja receber o grupo “Sons da Missão” da Cristolândia e tendo como mensageiro o jovem pr. Raphael Abdalla. Também nessa noite, tivemos o momento de representações denominacionais, com a presença dos presidentes da Convenção Batista fluminense, da Associação Batista Fluminense e da ordem dos Pastores Batistas do Brasil, além do representante da Junta de Missões nacionais.

Nesses dias,  em momentos de muita emoção, a igreja homenageou os familiares do evangelista Alfredo Almeida e  dos pastores Honório de Souza, Clério Boechat, Arsênio Gonçalves, Paulo Mainhard, Oswando Viana, Elias Vidal, Isaac Moreira. E com muita alegria também  estiveram recebendo as homenagens e o carinha da igreja os amados pastores: Dylmo de Castro,  Aunir Pereira, Washington Nascimento, Manoel Dias, Vanderlei Marins, José Guilherme e José das Neves.

E como foi bom ver o templo cheio e a igreja feliz

prjneves.blogspot.com