sábado, 30 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 45



45 - Turistas descobriram o Arraial

Entendendo a nossa história a partir da década de 20, tempo  em que a igreja batista foi organizada. Nos anos 20 até o final dos anos 40, Arraial era um , ou melhor três  pequenos amontoados de casas de pescadores(praia grande, praia dos anjos e prainha).

Nos anos 50 e 60,  população mais que dobrou com a chegada de pessoas atraídas pela companhia Nacional de Álcalis. As três  comunidades de pescadores já eram mais uniformes e crescíamos também para os bairros da Baleia (onde tinha uma indústria pesqueira) e para o bairro da Vila Canaã (onde a maioria era de migrantes nordestinos). Tinha também   a Vila industrial, que era composta somente de funcionários da Álcalis.

No tempo de ministério dos pastores Oswaldo Vianna e  Josué Garcia tinha uma congregação no Vila Canaã e um ponto de pregação na Vila Industrial.

Mas, talvez o fato mais marcante dessa época no Arraial tenha sido a procura dos ‘turistas” em passar as férias em nossas praias. Assim, já nessa época, o pastor tinha que conviver com modismos trazido das cidades grandes que influenciava os moradores locais e, porque não, a igreja.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Pequena Crônica dos 100 anos da Pibac - 44

 




44- CASA PASTORAL AO LADO DE UM CLUBE? 

Antigamente o templo da “PIBAC” era na Avenida Getúlio Vargas, ao lado do Tupy Esporte clube. Quando a igreja adquiriu o terreno no Largo “lagoa verde”, e  construíu novo o templo, o antigo foi desativado sendo uma escola, e depois um salão de programação para a juventude e por fim,  reformou e virou casa pastoral

De segunda a sexta era uma maravilha, pois o arraial era muito calmo e o pessoal caseiro. Mas aos sábados...

Sábado era o dia de baile  no clube e de tormento para o nosso pastor. Eram noites e noites de sono perdido. O som nas alturas, o transitar das pessoas e o  pastor, coitado, tentando lapidar o sermão,  fazer uma devocional, ter um a sós com Deus ou até mesmo dormir em paz.

         Quantas noites em que só restava rolar na cama, com ouvidos cheios de algodão, a esperar a madrugada chegar, para se fazer silêncio e poder dormir tranqüilo. No dia seguinte, bem cedinho, lá estava o pastor no púlpito, com as suas olheiras incompreendidas, querendo que chegasse logo o inicio da tarde pata tentar tirar um mini cochilo.


Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac -43

 

43 - PASTOR JOSUÉ E A SUA BICICLETA

Lá vem ele. Com o seu jeito incansável, na sua bicicleta azul, a pedalar pelas ruas empoeiradas de nossa cidade. Vem sempre com um roteiro pré-estabelecido, e até mesmo cronometrado, pois o seu desejo é de realizar cinco ou seis visitas só nesta tarde.

Chega j unto ao portal da casa, e bate palmas (quem falou que pastor batista não bate palmas), sempre com um sorriso nos lábios, com uma feição carinhosa a transmitir que Jesus ama, e com um coração a transbordar o amor de Deus.

Quantas pessoas em dificuldades, com lágrimas nos olhos, não ouviram os seus conselhos, prestaram a atenção  na leitura da Palavra e acompanharam as suas orações, se sentindo aliviadas com a sua presença pastoral.

Um homem simples, numa cidade simples, a falar com simplicidade do amor de Deus para pessoas simples.

Assim era  o pastor Josué em nossa cidade: o pastor certo, na época certa, para apascentar a nossa igreja.

Depois da visita, subia em sua bicicleta e..

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Pequenas Crônicas dos 100 anos da Pibac - 42

 



Anos 70 - Tempos do pr Josué Garcia Cerqueira

Nascido em 22 de janeiro de 1936, na Fazenda São João, àquele tempo pertencente ao município de Itaperuna, no Noroeste fluminense, o pastor Josué Garcia Cerqueira, filho do pr. Nilo de Cerqueira Bastos, deu uma grande contribuição para as igrejas Batistas Fluminense. Casado com a profª. Carmem Lúcia de Aguiar Cerqueira, assumiu o ministério da igreja Batista em Arraial do Cabo em outubro de 1970, e se mudou para a cidade em  Fevereiro de 1971.

O seu ministério em Arraial foi marcado pelo cuidado pastoral que ele dedicava a cada uma de suas ovelhas, sendo um tempo de alegria e crescimento para a igreja onde todas as organizações trabalhavam bem, mas sempre afirmava que  programações dos jovens enchiam a sua alma de entusiasmo.

Foi durante o seu ministério que a igreja mudou o seu nome para Primeira Igreja batista em Arraial do Cabo. também nesse período foi feito uma permuta do terreno do antigo templo com um terreno anexo ao templo atual e a aquisição de outros lotes vizinhos, já visando a construção de um templo maior.

Muitos falam até hoje com carinho do tempo do pr Josué.

pequenas cronicas dos 100 anos da PIBAC - 41

 


41 - Igreja Batista Betel da Praia dos Anjos

Durante o ministério do pr. Oswaldo Viana um grupo de irmãos, insatisfeitos com a igreja Batista no Arraial , começaram a ser reunir, a princípio numa casa, e depois em um salão adaptado no bairro Praia dos Anjos, se intitulando de Igreja Batista Betel.

A igreja fez reuniões, visitas, comissões para sanar esse problema, mas ele foi persistindo  e crescendo. Alguns desses irmãos foram desligados do rol da igreja por estarem frequentando “outro lugar” de adoração.

No inicio de 1967, esses irmãos enviaram cartas pedindo transferência, mas todas foram negadas pois a chamada igreja batista Betel  ainda não era organizada, ou seja, o nome de certa forma era fictício.

 Essa igreja  (Betel) então solicitou ajuda a primeira igreja em Cabo Frio, mas a igreja do Arraial resolveu que se a sua filha, a igreja de cabo frio, ajudasse esse  grupo dissidente, ela faria uma carta de repúdio para a convenção Batista fluminense.

Deste modo, a Igreja Batista em Surubi, Italva, se colocou à disposição, e organizou  em setembro de 1967, a igreja Batista Betel no Arraial do Cabo. Logo depois os irmãos da nova igreja pediram carta de reconciliação e transferência e foram atendidos. Tempos depois o pastor Oswaldo Viana veio a ser o terceiro pastor dessa igreja

A igreja Batista Betel é atualmente a Segunda Igreja Batista, uma igreja coirmã e cooperadora na divulgação do Reino de Deus na cidade.


quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 40

 


40 -  Elias Vidal - Executivo da Convenção

Com o pedido de exoneração do pr  Oswaldo Viana, a igreja no Arraial se reúne para procurar melhores soluções  para seguir em frente. E menos de um mês depois, janeiro de 1970, o pastor Elias Gomes Vidal, secretário  geral da Convenção Batista Fluminense, assume interinamente a igreja.

 Ela havia sido pastor na igreja Batista em Rio Bonito, de onde saiu para o trabalho executivo na denominação. Com sua experiência,  ajudou a igreja a direcionar algumas pendencias administrativas, e assim facilitar a igreja na escolha de seu novo líder.

Em setembro de 1970 a igreja aprovou o convite ao Pr Josué Garcia Cerqueira,  e a posse foi marcada para outubro do mesmo ano, por ocasião do aniversário da Igreja. Encerrando assim o período de interinado, o pastor Elias Gomes Vidal volta a se dedicar exclusivamente aos projetos dos Batistas Fluminenses. Infelizmente, em 1973, veio a falecer num acidente de carro.



Pequenas Crônicas dos 100 anos da PIBAC - 39

 





O Arraial nos anos 60

Se na década de 50, a pequena  Arraial do Cabo era descoberta através das obras de implantação da empresa Álcalis, podemos afirmar que os anos 60 foi o despertar do futuro município.

Arraial continuava a ser mal administrado pela sede municipal. porém grande parte dos recursos  financeiros que entrava em Cabo frio era proveniente dos impostos pago pela empresa. Além disso, através da Álcalis veio melhorias como a rodovia General bruno Martins, que era a nova rodovia, totalmente asfaltada, que ligava o Arraial com Cabo frio para facilitar o escoamento da barrilha.

Ruas ganharam paralelepípedos, a energia passou a chegar com mais facilidade nas casas, a água abastecia algumas caixas  estratégicas, de onde os moradores pegavam ainda em latas. Hermes Barcelos, político cabista  foi eleito prefeito em Cabo Frio e fez do Arraial um verdadeiro parque de obra: até um estádio moderno Arraial iria ganhar. O transporte entre o distrito e centro foi melhorado, as mercadorias chegavam com mais facilidade.

Quase nada lembrava mais aquelas pequenas aldeias localizadas nas praias, a não ser o suor do pescador na sua luta diária. Mas agora o agradecer a Deus era junto com pessoas de vários pontos do Brasil


terça-feira, 26 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac 38


 38 - Oswaldo Viana, O evangelista carismático

Em 1965, após a aposentadoria do pr Paulo Mainhard, o pastor Oswaldo Viana assume  o ministério da igreja. Ele era casado com a professora Jurema Mainhard, filha do pr Paulo. Pastor Oswaldo era um dinâmico e carismático  evangelista, sempre envolvido com série de conferencia  em várias igrejas. Ele vinha de um profícuo ministério na igreja em Santo Antonio de Pádua.

Em seu ministério, a igreja deu continuidade a uma congregação no bairro “vila Canaã”, que era muito frequentada nos cultos nas tardes de domingo. O pastor Oswaldo tinha um carro rural, com dois auto falantes em cima, onde fazia pregações ao ar livre em praças e avenidas.

A irmã Jurema Mainhard era muito envolvida com a educação na igreja, escrevendo a nível nacional para juniores e adolescentes. Também era muito envolvida com a educação no municipio sendo professora e diretora de colégio, sendo muito querida na cidade.

Infelizmente, em 1968, a família, a igreja e a comunidade cabista foi abalada pela morte repentina da Professora Jurema, aos 37 anos de idade. No final de 1969, o pastor Oswaldo Viana  faz uma carta pedindo exoneração do seu ministério na igreja

Pequenas Crônicas dos 100 anos da Pibac -37

37 - Associação Batista  Litorânea Fluminense

Uma associação Batista visa promover o Reino de Deus  entre as igrejas da mesma denominação e de uma determinada área. Assim, através dela há uma proximidade maior entre as igrejas, os pastores  dessa região preservando a comunhão e fraternidade entre elas.

A igreja do Arraial, assim como as demais igrejas da região, pertencia a Associação Batista Niteroiense, mas em agosto  de 1958,  representantes de 9 igrejas se reuniram na igreja Batista em São Vicente, debateram sobre essa distância e cria a Associação Batista Norte Niteroiense, que em 1960 foi rebatizada com o nome de Associação Batista Litorânea Fluminense. A igreja esteve ali representada pelo pr Paulo Mainhard e pelo diácono Venâncio Melo.

Já em 1959, a igreja do Arraial recebeu a segunda Assembleia.  depois disso , já recebeu por mais 6 vezes essa honra (1962, 1971, 1978, 1987, 1997 e 2003) tendo o pastor da igreja sendo eleito presidente da Associação 6 vezes.   

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 36


 35 - Organização da igreja filha em Cabo frio

 O pr Paulo Mainhard, tinha que sempre ir a sede do municipio em Cabo frio resolver  algumas questões administrativas. E o incomodava muito lá não ter nenhuma igreja Batista. Assim, durante o seu ministério  a igreja do Arraial começou um trabalho em 1959, onde instalou-se um ponto de pregação e logo depois uma Congregação Batista. Inicialmente a frequência era basicamente de membros de Arraial que acompanhavam o pastor nesse trabalho aos domingos, mas logo os frutos apareceram e  os primeiros batismos foram realizados em agosto de 1960.

 A igreja escolhe o diácono Venâncio para ser o líder da congregação. Nesse mesmo ano, a igreja adquire dois lotes situados a Rua Sergipe, onde seria construído a templo da nova igreja. Em 1961, a igreja aprova  e o pastor  Mainhard com sua equipe começa  a tomar as providencias necessárias para a organização.

Três anos após o início dos trabalhos,   em  21 de abril de 1962, foi então organizada a igreja batista em Cabo Frio, com 52 membros,  com o pastor Paulo  Mainhard ficando como pastor interino até se escolher um novo pastor.

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac -35



35 -Construção e inauguração do templo

Na tarde de 22 de agosto de 1954, sob a liderança do pr. Paulo Mainhard, a igreja celebra em culto solene o lançamento da pedra fundamental do templo no largo da Lagoa Nova. Este culto teve a presença de vários pastores batistas e de outras denominações, além de deputados do Estado e do presidente da Câmara Municipal de Cabo Frio

Junto a pedra fundamental, como de praxe na época, foi colocado uma urna com os vários objetos, entre eles: uma bíblia, folhetos, um jornal Escudeiro Batista, um jornal O dia, retrato do diácono Venâncio,  várias moedas e cédulas, um programa da maçonaria, um brinquedo, uma ata da convenção fluminense e uma ata da igreja do Arraial.

Dois anos após o lançamento da Pedra fundamental, a igreja estava pronta. A inauguração do novo templo foi  no dia 17 de outubro de 1956, quando a igreja comemorava 33 anos de organizada, para esse momento foi convidado para uma séria de conferencia o pastor  da igreja em Neves, Alberto Araújo, que pastoreou a igreja na década passada.


domingo, 24 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da Pibac - 34

 



34 - Época das construções: da Álcalis e do templo

Então começou a chegar os enormes  maquinários e  equipamentos no porto do Forno, localizado numa das extremidades da praia dos anjos. Eram grandes peças vindo por encomenda da Europa, fazendo que  o fluxo na pequena Arraial do Cabo fosse, para a época, intenso e uma atração.

Em vez das mulas, o que se via era os famosos caminhões SOMUA indo do cais até o parque fabril, atravessando a cidade, passando, pela rebeche, com toneladas de equipamento.   Ali descarregava e voltava para novas viagens.

O silêncio do pacato vilarejo era rompido pelos barulhentos motores.  e quando havia algum tipo de acidente, a multidão se aproximava com grande curiosidade, afinal era tudo tão fora da realidade vivida até então.

Mas uma certeza surgia nisso tudo. O Arraial nunca mais seria o mesmo. a cada dia os propósitos trazidos pela implantação da empresa colidia e transformava o ar bucólico de uma aldeia parada no tempo.

Esse transporte frenético passava em frente de uma pequena construção no  largo da Lagoa Verde. O novo templo da igreja Batista

sábado, 23 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da pibac 33

 


33 -Década de 50: Grandes transformações na cidade e na igreja

Em 1953, o pastor Paulo e sua esposa Iracema chegaram no Arraial do Cabo, onde assumiu como pastor. A sua chegada coincide com implantação da Companhia nacional de Álcalis, momento em que a pequena aldeia de pescadores passa a dividir a atividade pesqueira com uma indústria de porte nacional

A implantação desse parque industrial atraiu a mão de obra de vários municípios de inúmeros estados brasileiros. Era cariocas, mineiros, capixabas nordestinos, além de uma forte presença do norte fluminense. Entre esses operários, chegaram alguns que já eram membros de igrejas batistas e que pediram carta para a igreja do Arraial,  provocando um crescimento significativo.

Esse crescimento provocou na igreja duas grandes linhas de trabalho: pastorear pessoas de culturais e hábitos variados e, com urgência,  realizar aquele projeto da construção do novo templo, no terreno adquirido no Largo da lagoa verde. 

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC -32

 

 32 - Um alemão no Arraial

Natural do estado de Santa Catarina, filho de pais austríacos, católicos, foi dedicado a seguir o sacerdócio, mas rebelou-se, preferindo servir ao Exército brasileiro, sendo rejeitado pela sua família.  Veio para o estado do Rio, onde se casou com Iracema em  Campos. Conheceu o evangelho quando morava em \juiz de for e foi enviado para o Seminário no Rio.

Em 1944. Ajudou a organizar a igreja batista em São José dos Campos, sendo o seu primeiro pastor depois foi ser pastor na região do vale do Rio Doce, na divisa do estado de Minas Gerais com o Espirito Santo. Ali ajudou a organizar e pastoreou algumas igrejas na zona rural da região.

Em 1951 o pastor Paulo transferiu-se para a cidade de Miradouro, na Zona da Mata, onde além de assumir o pastorado da igreja local, assumiu também o pastorado da Igreja Batista de Muriaé. 

Em 1953, acometido de doença grave do coração, foi orientado a procurar uma cidade praiana para se tratar. Diante de uma consulta da igreja, aceita ao convite da Igreja Batista de Arraial do Cabo, que na época tinha quase 80 membros.

pequenas Crônicas dos 100 anos da PIBAC -31

A igreja no período pós guerra

O período Pós-Guerra trouxe uma realidade nova para a configuração do mundo. A chamada Guerra fria, que colocava em lados opostos duas grandes potencias bélicas vencedoras da guerra: Estados Unidos e seus aliados X União soviética.

E esse período traziam para todos grandes e novos desafios. O chamado pós-guerra impunha grandes desafios às populações e governantes de todo o mundo.

Em todos lugares do mundo havia uma pergunta no ar: “Como pôde acontecer tanta atrocidade?” E nesse momento da história houve duas correntes bem opostas: Crescia o número de ateus  (como pôde Deus permitir essa guerra?) e cresceu o número de pessoas que procuraram acolhimento na igreja?

Foi nesse período que os pastores Antônio Valadares, Alberto Araújo, Arsênio Gonçalves Paulo Mainhard, entre outros,  lideraram a caminhada da igreja Batista em Arraial do Cabo.

Quão bom é quando a igreja se vê sendo usada por Deus para acolher e  transformar.

Pequenas Cronicas dos 100 anos da PIBAC -29

 

29- Pr.Arsênio Gonçalves, chamado para semear o futuro

O pastor Arsênio estava pastoreando em Murundu, Campos, quando recebeu o convite para ser o novo pastor na igreja do Arraial do Cabo. Campos era a cidade mais prospera do norte fluminense e tinha um crescimento sólido dos batistas na região. Mas o coração ouviu o  “ide” de jesus e ele aceitou vir morar no arraial e cuidar de um novo povo de Deus.

O seu período foi marcado pela necessidade de mudança do templo, sendo necessário realizar uma grande campanha para arrecadar o necessário para se dar início a obra. Aliado a campanha financeira, o pastor levou a igreja a ter jornadas de oração especifica para a construção. De igual modo, o evangelismo foi impactado com series de conferencias e cultos ao ar livre em domingos alternados.

Assim, de 1948 até 1953,  o pastor Arsênio também regou a semente para o Crescimento da igreja, saindo para continuar o seu chamado em outras cidades onde também marcou o seu tempo. Uma prova disso, é quem em Queimados, Rio de Janeiro, onde também pastoreou,  existe uma Escola Municipal com seu nome

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Pequenas Crônicas dos 100 an0s da PIBAC - 30

 


  Heroínas da fé

Quando a gente olha para trás, em busca da história de nossa igreja, não podemos deixar de reconhecer o trabalho, a fé e a garra das mulheres das primeiras gerações da Igreja Batista em Arraial do Cabo.

Em um tempo em que quase tudo era proibido para o sexo feminino, essas "Heroínas da fé" ( nome de uma classe de EBD da igreja) ajudaram a sustentar a igreja com suas palavras, opiniões e talentos, orações e o exercício da fé

Mais do que simplesmente "do lar", elas também eram da igreja, seja com a dinâmica exercida pela organização Mulheres Cristã em Ação ( desde sempre o braço direito do ministério pastoral),  na disposição para a educação religiosa,  no talento musical ou pelas simples ornamentações que tinham o poder de modificar e embelezar o ambiente. Elas também tinham a visão evangelística, de ganhar as demais mulheres  cabistas para Cristo.

E foram, através dos tempos, ganhando oportunidades,  derrubando paradigmas e vencendo preconceitos em busca de um só propósito: servir a Deus da melhor maneira possível.

Pequenas Crônicas dos 100 anos da PIBAC -28

 


Boechat - Um pastor cativante

O Pr Clerio Boechat de Oliveira era natural de Itaperuna. De família católica/espirita, se converteu na sua adolescência e foi batizado na Igreja Batista da cidade. estudou em campos, junto com seu irmão, Emiliano Boechat, onde participava ativamente dos trabalhos da igreja  em Murundu.

Foi concluir os estudos no Rio de janeiro, e em 1941, depois de consagrado em Neves, assume a o pastorado na Igreja de Maricá. em dezembro de 1943, casou-se com Pearl Withe Velasco. Pastoreando Maricá, passa a ajudar várias igrejas batistas. Assim entre abril de 1947 a novembro de 1948  foi pastor em Arraial do Cabo.

Nesse  período de pouco mais de um ano de ministério, Pr Clério deixou marcas na igreja, com seu jeito cativante de pastorear, unindo o zelo pela sã doutrina com o cuidar de um povo carente e necessitado. por fim, levou a igreja a escolher um novo pastor que viesse morar no Arraial do cabo e voltou para a sua amada Maricá

Pastor Clério  Boechat sempre foi reconhecido como homem ilustre de Maricá, sendo em 2018 homenageado pela educação do Município  com o seu nome a uma de suas Escolas Municipais.

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 25




 A guerra chega a uma aldeia de 2.000 pessoas

Por mais que Arraial do Cabo estivesse distante dos conflitos que mobilizaram a Europa, norte da África e parte da Ásia, a guerra, muitas vezes era assunto que impactava as conversas de uma cidadezinha pacata.

Em especial, dois acontecimentos trágicos  históricos se desenvolveram em nossa cidade e marcaram toda uma comunidade.

Primeiro, em 1943, um barco de pesca chamado “Shangri-lá”, com alguns pescadores cabistas, sai para o alto mar em busca do sustento, e não mais volta. Em vez disso, pedaços da embarcação aparece na praia com marcas  chamuscadas de explosão. Depois descobriram que foi um submarino alemão, o U-199 que bombardeou, causando a morte de todos.

Depois, em 1944, o K-36, um dirigível americano, usado para patrulhar a costa brasileira, visando impedir o ataque alemão aos navios brasileiros, caiu, devido a um forte nevoeiro. na ilha do farol e foram salvos pelos pescadores. O pesquisador cabista, Leandro Miranda descreve esse acontecimento no livro “K-36, o Zepellin que caiu no C
abo” e afirma que o Arraial tinha na época 2.000 habitantes

Em meio a tudo isso, uma igreja se solidificava, com cerca de 50 membros.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Pequenas cronicas dos 100 anos da PIBAC - 27


 

Sendo cuidada pelo Pr. Alberto Araújo

O pastor Alberto Araújo ia fazer 36 anos quando assumiu o ministério na  igreja do Arraial para ajudar devido o falecimento do pr. Valadares. Ele era natural do município de Itaocara, sendo batizado com 13 anos de idade, tendo passado sua adolescência e parte da juventude em Itaperuna. 

De lá foi estudar em Campos e depois foi para a Capital Federal, onde, com muitas dificuldades financeiras, fez o curso de Teologia no seminário do Sul,  se fomando em 1940, onde logo após passou a fazer oparte do corpo docente ministrando as disciplinas de Grego, Evangelismo e Teologia Bíblica.

Quando assumiu o pastoreado no Arraial, já era pastor da Igreja Batista em Neves, São Gonçalo onde  permaneceu por mais de 56 anos de um frutífero ministério.  Nesse período foi pastor interino também em várias igrejas do campo fluminense.

No arraial fez um ministério interino de apenas 8 meses, privilegiando o cuidado pastoral com a igreja, para fortalece-la para um futuro novo Ministério. Em abril de 1947, fez a indicação do pr. Clério Boechat para assumir em seu lugar, o que foi aprovado pela igreja.

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 24

Deus chamou o pastor.

Dia 28 de junho de 1946 foi uma sexta feira triste.  Na tarde deste dia, a igreja deu um tempo nos sonhos da construção do novo templo pra chorar o falecimento de seu amado pastor.

A greja batista, entre os “porquês” e “como” aconteceu  essa tragédia, com certeza  passava por um de seus momentos mais difíceis. A perda repentina de seu líder era um impacto grande e doloroso. Mas ao mesmo tempo era confortador saber  que o “irmão Antônio Valadares foi para os braços do Deus Eterno”

A liderança da igreja demonstrou mais uma vez que eram homens cheio de fé e graça, assumindo a continuação do pleno funcionamento da igreja, e apesar de tristes com a perda, valorizaram o legado do líder.

Em 11 agosto, uma caravana formada pelo missionário americano W. B. Mac Neally, pr José Silveira (nosso primeiro pastor) e pr Alberto Araújo (da Igreja em Neves) estiveram  na Igreja do Arraial, numa visita de apoio espiritual e orientando a seguir a caminhada. E nesse dia, a igreja aprovou com unanimidade a indicação  do pr Alberto Araújo para ajudar a passar por esses dias difíceis.

Tempos depois, a praça que ficava em frente ao novo templo foi chamada de Praça Pr. Antonio Valadades, que é o endereço da igreja atual

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC 23


Aquisição de um terreno no Largo da Lagoa Verde

Durante o ministério do pr. Antônio Valadares, se percebeu a necessidade de se ampliar o templo (lembrando que o templo era na praia grande, atual Getúlio Vargas). durante  os vários debates foi amadurecendo a ideia de se fazer uma reforma no templo e começar  a se preparar para construir um novo templo em um outro local.

Foi escolhido e comprando um terreno num local chamado “Largo lagoa verde” (local do tempo atual) e a igreja começou a se preparar para construir, agora sem muita pressa, pois o templo em uso tinha sido reformado atendia a igreja naqueles dias.

Assim começou campanhas de para arrecadar fundos para a obra. Campanha do tijolo, campanha junto as classes de Escola Dominical, um domingo com de ofertas para campanha entre outras.

Paralelo a isso, o pastor levou a igreja a fazer campanhas de oração e de evangelismo, ficando decidido que todos domingos teria culto ao ar livre.

E assim a igreja crescia e se preparava para o futuro.

Pequenas crônicas dos 100 an9s da PIBAC - 22

 




Enfim, um pastor morando na cidade

O nosso terceiro pastor, Antônio Valadares. também era um pastor itinerante, (assim como os pastores anteriores, José Silveira e Honório de Souza) ou seja, ajudava pastoreando outras igrejas do campo Fluminense.  Mas dessa vez, a moradia do pastor era no Arraial, ou seja, ele ficava mais tempo  em nossa comunidade.

Esse ficar mais tempo junto a igreja e a comunidade, ajudava  em relação de conhecer melhor não só  membresia, as também as necessidades do povo cabista e em cima disso direcionar a igreja a ser benção.

Um outro ponto positivo, foi que com a sua presença mais frequente na cidade, o povo cabista que não frequentava a Igreja Batista tinha um acesso mais fácil para conhecer melhor o que era a igreja protestante e, com esse conhecimento, diminuir o preconceito e as perseguições

Para isso, a companhia de homens que eram da igreja e ao mesmo tempo, tinham uma certa influencia na comunidade, ajudava nesse processo. Então sempre é bom lembrar de homens de Deus no Arraial como o diácono Venâncio de Mello, Antônio Teixeira, Clodoaldo Leite entre tantos outros.

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 21


Novo Ministério... novos desafios

A chegada do Pastor Antônio Valadares na Igreja Batista no Arraial coincidiu com um fato da história que, além de mudar o mundo da época, mudou profundamente o vilarejo de pescadores e por conseguinte, a história da Igreja Batista - A segunda Guerra mundial.

Com a guerra o Brasil começou a ver a necessidade de ter algumas matérias primas que importava. O transporte naval dessas matérias primas subiu muito por causa da instabilidade mundial. Uma dessas necessidades urgentes do Brasil era um produto chamado barrilha que era essencial para a iniciante indústria brasileira.

Pesquisas feitas mostraram que o melhor  local para se fazer uma indústria que viesse a produzir uma boa barrilha era no Arraial do Cabo, pois aqui existia um porto, uma lagoa (de Araruama) que poderia fornecer calcário, água fria (do mar) para resfriar a indústria, água da lagoa de Juturnaíba, e não era distante da capital federal e das indústrias dos grandes centros.

Em pouco tempo, a aldeia de pescadores estava recebendo engenheiros da Europa, líderes do governo, máquinas diversas, projetos e mais projetos de crescimento. A igreja agora tinha que se adaptar a um novo tempo.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 20




Lá vem as  mercadorias

Por certo, nossos irmãos da igreja passavam por dificuldades para comprar alimentos e outras necessidades. o transporte destas mercadorias era  feito  por tropeiros, que eram o transporte de cargas da época em nossa região. eles andavam em grupo numerosos e encaravam as trilhas e estradas quase intransitáveis. Para isso, usavam as mulas,  que eram animais mais barato que os cavalos e tinham grande resistência para suportar o sol, o vento, a lama  e as areias brancas.

Nos lombos das mulas vinham tudo aquilo que o cabista necessitava comprar para sua sobrevivência: Café, farinha de mandioca,  carne seca, querosene, roupas, frutas, queijos. As “vendas”  eram abastecidas pelos tropeiros e eles votavam com os balaios cheio de peixes salgados, escoando assim os produtos da pescaria dos bravos homens do mar.

Assim, mesmo em meio a tantas lutas e dificuldades, os moradores do Arraial tinham o motivo de agradecer e adorar a Deus. E a igreja, ainda situada na atual Avenida da Getúlio Vargas, passava por experiências de ver Deus agindo em suas vidas e através delas.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 19


 

Qualquer viagem era uma grande aventura

Na primeira metade do século passado, para ir a  Cabo frio era uma verdadeira aventura. Nossa cidade , pela sua posição geográfica, era a de acesso mais difícil. Os nossos irmãos da igreja só saiam do vilarejo se fosse muito necessário. O jeito mais  prático era, para aqueles que podia, ir nos lombos de cavalos e as crianças nos balaios.

Alguns encaravam a jornada  caminhando por uma trilha a beira  da praia (pontal e foguete). O outro caminho era passando pela trilha dos tropeiros, onde hoje temos a estrada que chega a Cabo Frio pela Vila do sol. Um dos motivos de se fazer uma curva tão alongada era a presença das dunas entre Cabo Frio e Arraial.

Mais tarde, surgiria uma lotação chamada de  “marinete”, que fazia duas viagens por dia no trajeto Arraial-Cabo Frio. De Cabo Frio poderia pegar um ônibus para a capital do estado, Niterói, e uma barca para o Distrito Federal, Rio de Janeiro. Tinha também uma linha ferroviária ligando Cabo Frio a Maricá, e de lá, pegar um outro trem ate Niterói.

Assim, qualquer que fosse  meio de transporte, o cabista só saia de sua cidade se houvesse muita urgência. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

PEQUENAS CRÔNICAS 100 ANOS DA PIBAC (18)





 Um pecado chamado futebol

O futebol chegou para valer em nossa pequena aldeia de pescadores depois da Copa do Mundo de 1930. De repente virou um hábito entres os cabistas de se encontrarem num campo improvisado para disputar uma partida. E esse hábito foi aos poucos  abraçando os membros da chamada igreja protestante.

Se de um lado, esse contato era positivo, pois quebrava barreiras impostas pelo preconceito religioso, do outro lado criava-se dificuldades, pois muitas vezes  os jogos terminavam em brigas, palavrões e até em inimizades.

A igreja então, preocupada com esses “modismos mundanos” acho por bem proibir os seus membros de participar das famosas peladas, seja no campinho a caminho da praia dos anjos ou na própria areia das praias.

Mas era difícil convencer os futebolistas da igreja que não podiam jogar, e muitos iam escondidos para a beira do campo, a espera de uma oportunidade de mostrar seus talentos, e logo saberia que na próxima assembleia, seriam disciplinados. Há comentários que alguns amigos  já chamavam para o jogo só para ver a crise na igreja.

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 17

 



 

Fim de um ciclo...inicio de outro

Depois de quase 10 anos de ministério em Arraial do cabo, o pastor Honório comunica a igreja que Deus o tem chamado para um outro local.

Foi o tempo abençoador em que pastor e igreja caminharam juntos a propagar e viver o verdadeiro evangelho  em terra cabista. Se houve momentos difíceis momentos de  perseguição religiosas ,  também houve refrigérios em que igreja e comunidade passaram a falar uma mesma linguagem.

Ele sai deixando marcas profundas na igreja, de um homem simples, porém profundamente sábio e zeloso na obra de Deus. E esse legado ajudaria a igreja a continuar a sua jornada de adoração, testemunho e pregando o Evangelho.

Nesse período da história o mundo estava caminhando para uma nova guerra mundial (a segunda apenas 20 anos pós a primeira terminar). As notícias que chegava no Arraial eram alarmantes. E com certeza influenciaria a nossa pequena cidade e também a nossa igreja.

Para um novo ciclo ministerial, a igreja aprova o nome do  Pr. Antônio Valadares.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Pequenas crônicas dos 100 anos da PIBAC - 16


 Toda membresia na EBD.

O ensino na Palavra foi algo que a Igreja Batista em Arraial do Cabo sempre  priorizou. Se houvesse um lema para a igreja da década de 30 e 40, seria esse: “Onde tem um crente, tem um aluno da EBD”.  havia um despertar para o estudo das Escrituras sagradas de tal maneira que a Escola bíblica Dominical tinha mais matriculados do que o total de membros da igreja.

É interessante notar que pessoas que marcaram o caminhar da nossa igreja tem os seus nomes  arrolados como professores e alunos da EBD e com certeza, tiveram um aprendizado impar na doutrina e no exercício da vida cristã.

Além disso, aqueles que, por acaso, nos poderiam comparecer as reuniões, procuravam a liderança para, por iniciativa, explicar o motivo. Em alguns casos, o aluno faltoso era colocado em disciplina pela igreja por negligencia com o aprendizado.

Assim, fundamentado no que a Palavra ensinava, a igreja se desenvolvia em todos os aspectos, e crescia, não apenas em quantidade, mas também preparava novos líderes para continuar a jornada da igreja.

Pequenas crônicas dos 100 anos da PBAC - 15

 


Seminaristas

Nesses períodos de pastores itinerantes, muitas vezes o pastor e a igreja pediam para a Junta de Educação, junto com o Seminário do Sul para enviar seminaristas (em férias) para ficar um período (de 15 dias a um mês) na igreja. Geralmente ficava ou na casa do vice presidente ou de um membro da igreja voluntário.

Nesse período, que servia com um estágio para o seminarista, ele ajudava em todos os trabalhos da igreja, como mensagens, visitações, discipulado, estudos e ajudava no planejamento e organização da igreja. Só não era permitido realizar batismos e celebrar Ceia, e presidir os cultos administrativos. 

Geralmente nesse período, o pastor da igreja ficava desobrigado em fazer a sua visita quinzenal ou mensal a cidade. Ao final, a igreja enviava para a Junta de Educação um agradecimento, que servia como uma aprovação do que foi feito no período da visita.

Muitos pastores da denominação que iriam estar a frente das igrejas nas décadas seguintes, participaram desse intercambio e se sentiram amados pela igreja e colaboradores do crescimento do Reino