segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Estudos em Efésos 1. 9 a 14


Salvos para o louvor de glória

9 e fez com que conhecêssemos o mistério da sua vontade, segundo a sua boa determinação, que nele propôs
FEZ COM QUE CONHECÊSSEMOS – Um Deus que se revela a nós.
MISTÉRIO -- indica algo que não foi claramente revelado antes, mas agora é esclarecido.
10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra,
DISPENSAÇÃO DA PLENITUDE DOS TEMPOS- A execução do Filho dos propósitos do Pai no tempo oportuno.
PLENITUDE DOS TEMPOS - assinala o auge dos tempos terrenos, o tempo (escatológico) de Cristo, no qual se revela, realiza e desdobra o mistério de Deus em Cristo.
CONVERGIR EM CRISTO TODAS AS COISAS – Congregar em Cristo – reunir em Cristo.
CÉUS... TERRA  - Indica a totalidade do universo e não simplesmente a igreja
11 nele também fomos feitos herança, predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o designio da sua vontade,
FEITOS HERANÇA-   Creio que uma das maiores benção do homem redimido em Cristo é quando ele se descobre como herança do Senhor.
PREDESTINADOS Aqui a Teologia se divide em duas correntes : A Calvinista, que trata a predestinação como aqueles que foram escolhidos ela soberania de Deus para serem salvos e a Arminiana, que  defende que a Salvação passa pelo livre arbítrio e entende que a predestinação passa pela presciência de Deus.
12 a fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo.
MOTIVO DA NOSSA REDENÇÃO E CRIAÇÃO - existirmos "para o louvor da sua glória".
13 Nele também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e  nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa,
A PALAVRA DA VERDADE – O próprio texto explica como sendo o evangelho (as boas novas) da salvação.
SELO DO ESPÍRITO SANTO - somos guardados, protegidos (selados) pelo derramamento do Espírito (Promessa: Joel 2.28).
14 o qual é o garantia da nossa herança, para redenção da propriedade de Deus, para o louvor da sua glória.
O homem redimido em Cristo é herança, se torna propriedade do Senhor, para o glorificar.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?


Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e "testemunhas de Jeová" sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.  
  • Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele. 
  • Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
  • Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
  • Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
  • Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
  • Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
  • Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo. 
  • Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco. 
  • Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
  • Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus. 
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde. 

A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia... 

Augustus Nicodemus Lopes

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Estudos em Efésios - 1. 3 a 8


Efésios 1.3-8

As bênçãos de Deus em Cristo, autor da nossa redenção

 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo;
BENDITO Só Ele é bendito por essência.
NOS ABENÇOOU - Paulo escreve esta carta para afirma que a igreja de Cristo é um povo abençoado (amados, isso é muito importante compreender).
BÊNÇÃOSA fonte das bênçãos é Cristo, a sua natureza é espiritual e a sua esfera alcança as regiões celestiais. Ou seja: se já estamos com Cristo, já somos cidadãos celestiais.

4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
ELEIÇÃO - fomos eleitos em Cristo, pelo Pai, antes da fundação do mundo.
Deus não nos escolheu por causa de nossa santidade, mas para sermos santos e irrepreensíveis
Deus não nos escolheu por causa de nossas boas obras, mas para as boas obras.
SANTOS Somos eleitos (escolhidos) para uma vida de santidade.
A palavra  grega “hagios” – santos-  traz a idéia de separado e diferente.
Deus escolheu o cristão para ser diferente dos homens – (sal e luz)
IRREPREENSÍVEISé a mesma palavra usada para a tradução de imaculado no Antigo Testamento. Sacrifício sem mancha. Temos que nos ofertar a Cristo com uma vida pura e santa.

 5 e nos predestinou para si mesmo, segundo a boa determinação de sua vontade, para sermos filhos adotivos de Jesus Cristo;
PREDESTINAÇÃOChamados para andarmos em comunhão com Ele. Para vivermos diante dEle. Para nos deleitarmos com Ele.
FILHOS ADOTIVOS – Sobre a lei romana, “Patria potestas” (poder do pai), o pai possuía poder absoluto sobre seus filhos. Podia vendê-los, escravizá-los ou até matá-los.
A adoção consiste em passar de um “Patria potestas” para outro. O filho ganha uma nova família, um novo nome e passa a ter direito a uma nova herança.
Deus nos escolheu para fazermos parte de sua família. Para sermos conforme a imagem do seu Filho. Deus nos chamou para sermos filhos amados.

6 para o louvor da glória da sua graça, que nos deu gratuitamente no Amado;
MOTIVO DA NOSSA REDENÇÃO - "louvor da glória da sua graça"
Jesus, por sua graça fez-nos aceitáveis a Deus – Não podemos fazer a nós mesmos aceitáveis.

7 Nele temos a redenção, o perdão dos nossos pecados pelo seu sangue, segundo a riqueza da sua graça
REDENÇÃO - Só Jesus é o Redentor, porque só ele derramou o seu sangue por nós.
O verbo redimir era usado para o resgate do prisioneiro de guerra ou escravo. Também traz a idéia da libertação de um homem de uma pena de morte merecida por crime praticado.
PERDÃO - o verbo perdoar quer dizer levar embora, apagar qualquer registro de acusação.
O perdão de Cristo é completo. Ele morreu par remover a culpa pelos nossos pecados.
O perdão que Cristo nos dá é imerecido, imediato e completo.
PECADOS -  O pecado separou o homem de Deus, do seu próximo, de si mesmo e até da natureza. Ele mata, desintegra e destrói todas as coisas.
SANGUE DE CRISTO -Este foi preço pago pela nossa redenção

 8 que ele fez multiplicar-se para conosco em toda a sabedoria e prudência.
Sua graça é derramada sobre nós em toda a Sabedoria e prudência
SABEDORIA – Sophia – é o conhecimento que olha para o coração das coisas, que as conhece tal como realmente são.  
PRUDÊNCIA - é a compreensão que leva ao agir corretamente

O cristão tem essa sabedoria e prudência porque Deus revela o mistério de sua vontade.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Estudo em Efésios - 1.1 e 2


Efésios 1.1-2

Prefácio e saudação


 1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso:
PAULO – O autor desta carta, preso em Roma ao escreve-la. Conhecido também por Paulo de Tarso
APOSTOLADO DE PAULO - Paulo, repetidas vezes, no início de suas cartas, invoca o seu apostolado. Não por inspiração própria ou a convite da igreja, mas por vontade divina
AOS SANTOS E FIÉIS QUE ESTÃO EM ÉFESO São os destinatários da carta.  A epistola aos Efésios foi escrita para os crentes em Éfeso.
SANTOSA palavra santos não quer dizer pessoas que não pecam. Também não é referencia a pessoas canonizadas, mas a pessoas vivas separadas por Deus para viver uma vida diferente. Ninguém é santo por mérito pessoal, e sim por ter sido chamado por Deus para viver em santidade.
FIÉIS – São todos aqueles que  confiam no Senhor Jesus. Todo aquele que é fiel é santo e, por sua vez, todo santo é fiel.
ÉFESO – Cidade principal da Ásia Menor e maior metrópole da Ásia.  Era o centro do culto de Diana, deusa da fertilidade, cujo templo era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.. Paulo esteve por três anos nesta cidade e plantou uma igreja vibrante que influenciou toda região.

 2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
GRAÇA E PAZA graça é a causa da salvação enquanto que a paz é o resultado dela.  Graça é raiz e paz é fruto . Essas bênçãos não são transmitidas pelo homem nem pela igreja, elas são divinas
GRAÇA – Bênçãos não merecidas. É Deus estendendo a mão ao homem pecador
PAZÉ mais do que ausência de tribulações e tormentas. A paz cristã independe das circunstâncias externas.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Os Fundamentos da nossa fé



Na próxima 5ª feira, da 31 de outubro é comemorado o dia da REFORMA PROTESTANTE. Infelizmente, nos dias atuais, poucos cristãos dão o valor devido a esse movimento que teve como resultado prático o retorno de parte da igreja às Escrituras Sagradas. O grande responsável por todo este movimento foi o ex-monge alemão Martinho Lutero, que se rebelou contra algumas práticas e preceitos da religião estabelecida, o Catolicismo Romano, desafiando assim o poder do papado e do império.
Ao se rebelar contra o que achava anti-bíblico, Lutero pregou na porta do castelo de Winttenberg  suas famosas 95 teses que iria causar uma grande tempestade no poder vigente (eclesiástico e secular) e  ao mesmo tempo (sem ser o que ele pretendia) romper com o catolicismo e iniciar a chamada religião dos protestante.
Passados quase  séculos,  é necessário olharmos de novo para os pilares defendido pela reforma, que muitas vezes estão sendo negligenciados pela igreja ‘protestante’ do século XXI:
1. SOMENTE A BÍBLIA“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17). É este o ensino que uma igreja que prega a verdade deve sempre buscar. A Bíblia não pode ficar esquecida, muito menos a membresia ser proibida de usa-la.  Somente a Bíblia é a Palavra de Deus!
2. SOMENTE A GRAÇA: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). A Bíblia nos diz que Jesus com seu sangue apagou todos os nossos pecados e somente por sua graça alcançamos o perdão. As obras não podem salvar ninguém. Boas obras são conseqüência de nossa salvação.  Somente a Graça de Deus pode perdoar pecados!
3. SOMENTE A FÉ: “O justo viverá pela fé” (Romanos 1.17). Bíblia define a Fé como a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11.1) e que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).  Baseado nisso, somente através de uma vida comprometida com Deus e exercendo a fé genuína é que podemos agradar a Deus. Somente pela Fé recebemos a Salvação e somos abençoados!
4. SOMENTE CRISTO: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Timóteo 2.5). Jesus é o centro da Igreja. Foi Cristo quem morreu para dar vida e levantar sua Igreja. Somente Jesus é o nome que salva todos que o invocam (Atos 4.12). A Igreja deve orar somente ao Pai em Nome de Jesus (João 14.1314). Um cristão verdadeiro acredita que somente Jesus salva e somente Ele é digno de receber nosso louvor e ouvir nossas orações. Somente Jesus pode salvar e ouvir sua oração!
5. SOMENTE A DEUS TODA GLÓRIA: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42.8). A Palavra de Deus declara que somente a Deus pertence a Glória, honra e louvor (Apocalipse 5.12). Jesus é o único digno de receber toda adoração! Uma Igreja verdadeira não louva a homens, mas somente a Deus.  A Deus somente toda a Glória!
Somente a BÍBLIA é a Palavra de Deus!
Somente a GRAÇA perdoa pecados!
Somente a FÉ leva à Salvação!
Somente CRISTO é o Salvador!
Toda a GLÓRIA somente a Deus!

                Que Deus nos abençoe.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CRISTOLOGIA -PARTE 2



V- PARALELO DE JESUS -  DEUS-HOMEM
Deus                                                                   Homem
Ele foi adorado                                          Ele adorou a Deus
Recebeu orações dirigidas a Ele      Ele orou a Deus
Foi chamado de Deus                           Foi chamado de homem
Chamado de Filho de Deus               Chamado  de Filho do homem
Era sem pecado                                         Foi tentado
Sabia todas as coisas                              Crescia em sabedoria
Ele dá vida eterna                                     Morreu em uma cruz

VI - COMPARAÇÃO ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO
Em I Co 15:45-47, o primeiro Adão, ou seja, não há ninguém antes dele. Jesus é o último adão, não há ninguém depois dele. No versículo 47 ele é o segundo, ou seja, não há sequer um igual entre ele e Adão.
SEMELHANÇAS
1 - Na sua identidade: Os dois foram criados à imagem de Deus.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn 1:27)
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (Cl 1:15)
2- Na sua humanidade: Tiveram uma natureza tríplice; Espírito, alma e corpo.
3- Na sua representatividade: Por escolha de Deus, Adão e Jesus foram comissionados como cabeças da raça humana. Na desobediência, Adão representou toda a humanidade. Na sua obediência, Jesus representou toda a nova humanidade que segue seus passos.
4- Na sua vulnerabilidade: Depois do pecado de Adão a natureza humana ficou caracterizada por fragilidade. Mas será que Jesus foi igualmente vulnerável?
Se Jesus foi imune à dor, ao desânimo, à dúvida, ele não venceu o mundo, e não pode salvar.

CONTRASTES
1 - Diferentes na sua tentação.
Adão tinha que resistir a apenas uma tentação para garantir sua santidade. Jesus teve que viver 30 anos de provação antes mesmo de se manifestar com o Messias. Nestes 30 anos ele nunca cedeu à tentação. Antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hb 4:15b)
2 - Diferentes na sua submissão.
De Adão Deus cobrou uma submissão à vida. (Gn 2:16-17) Enquanto que Jesus foi chamado à uma submissão até a morte.  (Fl 2:7-8)
3 - Diferentes na sua punição
Adão foi punido por seu próprio pecado, enquanto quer Jesus foi punido por nossos pecados.
4- Diferentes na sua qualificação
Um relacionamento com Adão gera morte, mas um relacionamento com Jesus significa vida.

VII - OFÍCIOS DE JESUS
Na época do Antigo Testamento havia três classes de mediadores entre Deus e seu povo: o profeta, o sacerdote, e o rei. Como perfeito Mediador (1 Tim. 2:5), Cristo reúne em si mesmo os três ofícios.
PROFETA - Jesus é o Cristo-Profeta que ilumina as nações; Como Profeta ele pregou a salvação, anunciou o Reino e revelou o futuro
SACERDOTE – Jesus é o Cristo-Sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelas nações;
REI – Jesus é o Cristo-Rei que reina e reinará sempre sobre as nações.

VIII - DECLARAÇÃO DE FÉ DOS BATISTAS BRASILEIROS
1-Deus Filho, Jesus Cristo, um em essência com o Pai, é o eterno Filho de Deus. (Sl.2:7; 110:1; Mt.1:18-23; 3:17; 8:29; 14:33; 16:16; 27; 17:5; Mc.1:1; Lc.4:41; 22:70; Jo 1:1,2; 11:27; 14:7-11; 16:28).
2-Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.(Jo.1:3; I Co 8:6; Cl. 1:16,17)
3- Na plenitude dos tempos ele se fez carne, na pessoa real e histórica de Jesus Cristo, gerada pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria, sendo, em sua pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.(Is. 7:14; Luc. 1:35; Jo 1:14; Gl. 4:4,5) 
4- Jesus é a imagem expressa do seu Pai, a revelação suprema de Deus ao homem. ( Jo 14:7-9; Mt. 11:27; Jo 10:30,38; 12:44-50; Cl. 1:15,19; 2:9; Hb. 1;3) 
5-Ele honrou e cumpriu plenamente a lei divina e revelou e obedeceu toda a vontade de Deus. (Is. 53; Mt. 5:17; Hb. 5:7-10)
6-Identificou-se perfeitamente com os homens, sofrendo o castigo e expiando a culpa de nossos pecados, conquanto ele mesmo não tivesse pecado.( Rm. 8:1-3; Fm. 2:1-11; Hb. 4:14,15; IPe. 2:21-25) 
7- Para salvar-nos do pecado, morreu na cruz, foi sepultado e ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e, depois de aparecer muitas vezes a seus discípulos, ascendeu aos céus, onde à destra do Pai, exerce o seu eterno sumo sacerdócio.( At. 1:6-14; Jo. 19:30,35; Mt. 28:1-6; Lc. 24:46; João 20:1-20; At. 2:22-24; I Co. 15:4-8)
8- Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens e o único e suficiente Salvador e Senhor. (Jo 14:6; At. 4:12; I Tm. 2:4,5; At. 7:55,56; Hb. 4:14-16; 10:19-23)
9- Pelo seu Espírito ele está presente e habita no coração de cada crente e na igreja. (Mt. 28:20; Jo 14:16,17; 15:26; 16:7; I Co. 6:19)
10- Ele voltará visivelmente a este mundo em grande poder e glória, para julgar os homens e consumar sua obra redentora. (At. 1:11; I Co. 15:24-28; I Ts. 4:14-18; Tt. 2:13)


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cristologia - O estudo sobre Cristo


CRISTOLOGIA  -  Cristo (ungido)  + logia (estudo, doutrina) Teologia é o estudo sobre o Cristo ( ungido de Deus). Então CRISTOLOGIA é a área de estudo dentro da Teologia Sistemática que se ocupa da interpretação dos textos bíblicos referentes à pessoa e à obra de Jesus Cristo.
I - A  pré existência de JESUS - A Palavra de Deus declara enfaticamente que Cristo já existia antes que viesse ao mundo, antes que encarnasse, nascendo como homem, filho de Maria. Esta declaração, sustentada pelas Escrituras, é prova de que Cristo não é apenas um homem (pois nenhum homem existiu antes de seu nascimento), mas Ele é Deus Eterno e Incriado. A vida do Filho de Deus não “começa” com o nascimento de Jesus. O Cristo visto e acompanhado pelos discípulos na Terra preexistia ou existia antes de se manifestar aos homens (João 17.5 e 24, João 8.58, João 5.26 e Ap 1.8.).
II- A pessoa de Cristo: A natureza humana de Cristo
Era necessário que Jesus em tudo fosse semelhante aos seus irmãos (Hb 2.17) para que se cumprisse um princípio de justiça divina. Foi o homem que pecou e cabe ao culpado reparar a sua falta. Jesus Cristo se fez homem, sem culpa, tomou a culpa de todos nós e cumpriu a justiça divina. Cristo se fez semelhante ao homem – Fp 2-6 a 8 Rm 8.3
Jesus Cristo era um homem:
Possuía um corpo humano (Lc 24.39)
Sentiu fome (Mt 21.18), sede (Jo 19.28), sono (Mt 8.24), cansaço (Jo 4.6)
Possuía uma alma racional
Crescia em sabedoria (Lc 2.40), sentiu tristeza (Mc 14.34), indignava-se (Jo 2.3-16) amava (Mc 10, 21; Jo 13.1), chorava (Jo 11.35), foi tentado (Hb 2.18)
Possuía ascendência humana
Feito de mulher (Gl 4.4 e Mt 1.18) Feito da semente de Davi (Rm 1.3, MT 1.1 At 13.22 e 23)

III- A pessoa de Cristo: A natureza divina de Cristo

A) NOMES DIVINOS ATRIBUÍDOS A CRISTO:
1) Deus (Jo.1:1; Jo.1:18; Jo.20:28; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8).
2) Filho de Deus (Mt.8:29;16:16;27:40; Mc.14:61,62; Jo.5:25;10:36;
3) Senhor (At.9:17;16:31; Lc.2:11; Rm.10:9; Fp.2:11). O termo "Senhor" em grego é Kúrios, e significa Chefe superior, Mestre.

B) PELO CULTO DIVINO QUE LHE É ATRIBUIDO:
1) Somente Deus pode ser adorado (Mt.4:10).
2) Jesus aceitou e não impediu Sua adoração (Mt.14:33; Lc.5:8;24:52).
3) O Pai deseja que o Filho seja adorado (Hb.1:6; Jo.5:22,23; compare Is.45:21-23 com Fp.2:10,11).
4) A Igreja primitiva o adorou e orava Ele (At.7:59,60; IICo.12:8-10).

C) PELOS OFÍCIOS DIVINOS QUE LHE FORAM ATRIBUÍDOS:
1) Criador (Jo.1:3; Hb.1:8-10; Cl.1:16).
2) Preservador (Cl.1:17). 
3) Perdoador de pecados (Mc.2:5,7,11; Lc.7:49).

D) ATRIBUTOS DIVINOS LHE SÃO ATRIBUÍDOS:
1) Atributos Naturais: 
a)Onisciência (Jo.1:47-51;4:16-19,29;6:64;16:30;8:55; Jo.10:15;21:6,17; Mt.11:27;12:25;17:27; Cl.2:3). 
b) Onipresença (Jo.3:13;14:23 Mt.18:20;28:20; Ef.1:23). 
c) Onipotência (Mt.8:26,27;28:28; Hb.1:3; Ap.1:8). 
d) Eternidade (Jo.8:58;17:5,24; Cl.1:17; Hb.1:8;13:8; Ap.1:8;). 
e) Vida (Jo.10:17,18;11:25;14:6). 
f) Imutabilidade (Hb.1:11;13:8).
g) Auto-Existência (Jo.1:1,2).
2) Atributos Morais:
a) Santidade (At.3:14;4:27Jo.8:12; Lc.1:35; Hb.7:26; IJo.1:5; Ap.3:7;15:4).
b) Bondade (Jo.10:11,14; IPe.2:3; IICo.10:1).
c) Verdade (Mt.22:16; Jo.1:14;14:6; Ap.19:11;3:7; IJo.5:20).

E) OBRAS ATRIBUÍDAS IGUALMENTE A DEUS E A JESUS CRISTO: 
1) Criou o mundo e todas as coisas: Deus Pai (Ne.9:6; Sl.146:6; Is.44:24; Jr.27:5; At.14:15;17:24), Jesus Cristo (Sl.33:6; Jo.1:3,10; ICo.8:6; Ef.3:9; Cl.1:16; Hb.1:2,10). 
2) Sustenta e preserva todas as coisas: Deus Pai (Sl.104:5-9; Jr.5:22;31:35), Jesus
  Cristo (Cl.1:17; Hb.1:3; Jd.1) 
3) Ressuscitou Cristo: Deus Pai (At.2:24; Ef.1:20), Jesus Cristo (Jo.2:19;10:18).
 
4) Ressuscitou mortos: Deus Pai (Rm.4:17; ICo.6:14; IICo.1:9;4:14), Jesus Cristo (Jo.5:21,28,29;6:39,40, 44, 54;11:25; Fp.3:20,21).
 5) É o Autor da regeneração: Deus Pai (IJo.5:18), Jesus Cristo (IJo.2:29).

IV - Heresias sobre Jesus
 a) Apolinarismo: Ensina que Jesus possuía apenas um corpo humano, mas não um espírito humano, pois o lugar do espírito foi ocupado pela natureza divina de Cristo;
b) Nestorianismo: Ensina que havia duas pessoas em Cristo, uma pessoa humana e outra divina;
c) Monofisismo: Ensina que Cristo possuía uma só natureza, originada de uma mistura das naturezas divina e humana;
d) Gnosticismo: Ensina que Jesus não possuía um corpo humano real;
e)  Arianismo: Ensina que Jesus não era o verdadeiro Deus, mas um deus menor que o Pai;

 f) Kenoticismo: Ensina que Jesus abriu mão de atributos divinos quando se tornou homem e deixou de ser plenamente Deus;

terça-feira, 27 de agosto de 2013

É melhor não deixar o ovo cair

A história de JESUS é um mito”, dizia o professor de ciências de uma escola a seus alunos, alguns dias antes da Páscoa. “Jesus não saiu do túmulo,” continuou, “mas, primeiramente, não existe nenhum Deus no céu que possa permitir que seu filho seja crucificado.”
“Senhor, eu acredito em Deus”, Jimmy protestou. “E eu acredito que ele ressuscitou!”
“Jimmy, você pode acreditar no que você quiser, é claro,” o professor respondeu. “Porém, no mundo real não existe a possibilidade de tais milagres, como a ressurreição. Ninguém que acredite em milagres pode respeitar a ciência.”
“Deus não é limitado pela ciência,” Jimmy respondeu. “Ele criou a ciência!”
Incomodado com o modo como Jimmy defendia sua fé, o professor propôs um experimento cientifico. Foi até a geladeira e pegou um ovo de galinha.
“Eu vou deixar este ovo cair no chão,” começou o professor. “A gravidade vai fazer com que ele caia no chão e se despedace. “Olhando fixamente para Jimmy, ele continuou: “Agora, Jimmy, eu quero que você faça uma oração e peça ao seu deus para que quando eu soltar este ovo ele não caia no chão e se quebre. E se ele conseguir fazer isto, você terá provado que Deus existe, e eu terei que admitir isso.”
Após pensar por um momento sobre o desafio, Jimmy lentamente começou sua oração. “Querido Pai celeste,” ele iniciou. “Eu peço que quando o meu professor soltar este ovo … ele caia no chão e se quebre em uma centena de pedaços! E também, Senhor, eu peço que quando este ovo quebrar, meu professor tenha um ataque cardíaco fulminante e morra. Amém.”
Após os cochichos da classe, veio um silêncio fúnebre. Por um momento o professor não fez nada. E por fim ele olhou para o Jimmy e depois para o ovo. E, sem dar uma palavra, ele cuidadosamente devolveu o ovo na geladeira. “A aula acabou” disse o professor enquanto pegava suas coisas.
O professor aparentemente acreditava mais em Deus do que ele mesmo imaginava. Muitas pessoas são como este professor, negam que Deus existe, mas correm para ele nos momentos difíceis. Porém questionam, e o atacam todas as vezes que tem chance. Jimmy sabia que Deus não iria matar o seu professor naquele momento, mas também sabia que seu professor não apostaria sua vida por  um ovo.

Quando sua vida está em jogo a idéia de que Deus existe parece fazer mais sentido.

Adaptado da "Still More Hot Illustrations for Youth Talks"

A lição da borboleta

Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo. Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
O homem então decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento , as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.
“Eu pedi forças… e Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte.
Eu pedi sabedoria… e Deus deu-me problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade… e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem… e Deus deu-me obstáculos para superar.
Eu pedi amor… e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores… e Deus deu-me oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi… mas eu recebi tudo de que precisava.”

Autor desconhecido 

sábado, 24 de agosto de 2013

Texto do Pr Isaltino

O NOVO TEÓLOGO DA VEJA



Isaltino Gomes Coelho Filho
                Assino a “Veja” há anos. Gosto de lê-la e sua chegada em casa (em Macapá, três ou quatro dias após surgir nas bancas – se o entregador não erra o endereço) é bem saudada. Junto com outras publicações, ela defende um Estado soberano, democrático, de leis e ordem, que alguns que pensam em democracia como a imposição de suas idéias rejeitam (os que sabem o que é melhor para o povo – na melhor aristocracia platônica, mas de esquerda). São os que querem a democratização da imprensa (controlada pela máquina partidária) e que falam em monopólio da informação, esquecidos que monopólio alude a um, e que havendo muitos poderia, na pior das hipóteses, se chamar oligopólio. Nem a língua portuguesa o pessoal saber usar.  Bem, há quem goste de “muito pouco”, ao invés de “pouquíssimo (se algo é pouco não é muito).
                 O problema são alguns colunistas que desejam teologar. Acho isso incrível. A turma não quer a Igreja Católica e as igrejas evangélicas opinando sobre a vida secular, mas quer o direito de ditar à Igreja e às igrejas uma agenda. Querem um estado leigo (o que quero também), mas querem uma igreja secularizada.
Primeiro foi Maílson da Nóbrega, que saindo de sua área de conhecimento, Economia, onde é muito bom, postou o artigo “Falácias e verdades”, na “Veja” de 26.9.11. Afirmou que a Bíblia dizia que o Sol girava ao redor da terra e assumiu a versão burlesca e falsa do julgamento de Galileu, que teria murmurado entre os dentes “Mas ela se move”. Mentira e burla que detratores da Igreja espalharam. O Dr. Maílson alcandorou à esta patacoada o senso de fato. Respondi-lhe no artigo “Falácias e verdades ou: Maílson da Nóbrega, pergunte antes de afirmar” (ver no site www.isaltino.com.br).
Impressiona como as pessoas falam bobagens sobre a Bíblia, sobre o cristianismo e sobre a Igreja e as igrejas sem conhecer nada. Meu desencanto total com a maçonaria se deu com a leviandade habitual de um “maçonólogo” (cada uma que aparece!) que escreveu um artigo ridículo sobre o Livro de Enoc, como eles grafam, com um monte de tolices, ignorâncias e mentiras tão grotescas que só fanatizados aceitam. Ignorante de que há vários livros atribuídos a Enoque, o autor fala de um só, que a Igreja tirou do cânon porque ia contra sua posição teológica. Poucas vezes, em tão poucas linhas, vi tanta bobagem junta. Enviei uma carta à redação da revista e entreguei cópias a vários maçons de destaques. Como uma instituição que diz prezar a verdade publica tanta bobagem, com ar de pesquisa? O maçonólogo, que não é “verdadólogo”, continua ditando escrevinhação! Isso me aborrece! O mundo é medíocre, inculto, desconhece fatos e insiste em afirmar abobrinhas em alto e bom som!
Na “Veja” de 7.8.13, J. R. Guzzo escreveu “Pensamento simples”. Assume o papel de “teólogo” que dita à Igreja uma agenda que ele acha correta. Uma questão deve ser estabelecida desde o início: a Igreja é a única instituição sobre a face da terra que reivindica autoridade divina. Se o pessoal concorda ou não, se gosta ou não, não vem ao caso. Mas se a Igreja e as igrejas perderem essa noção de substância, nada podem fazer. Nivelam-se a qualquer outra instituição. Sequer merecem o espaço que lhe dão. Não compete aos de fora ditarem a agenda da Igreja e das igrejas. Parece-me com a postura do “cristianismo alemão” e das igrejas controladas em países comunistas: “Vocês pregam o que nós dizemos”. Não querem os palpites da Igreja? Recusem-nos. Mas não deem seus palpites à Igreja.
Guzzo afirma que a Igreja deve cumprir o Sermão da Montanha, que ela nunca cumpriu, e que é “o texto mais importante do Evangelho”. Ele deve possuir um “importantômetro”, que mede o grau de importância das passagens bíblicas. E não deve ter lido todo o Novo Testamento para uma visão global de seu ensino, e assim não entendeu o Sermão do Monte quando o leu. Sua função, no evangelho de Mateus, é mostrar aos cristãos de pano de fundo judaico, que a antiga ordem já passou. “Moisés disse” é trocado por “Eu, porém, vos digo”. “Ouvistes” é substituído por “Mas eu vos digo”. Jesus estabelece que é o seu ensino e não a bagagem passada que deve ser carregada. Tanto que o ponto de julgamento (Mt 7.24-27), não é mais a Torah,  a lei dos judeus, mas “estas minhas palavras”. Findo o sermão, a multidão se admira da qualidade do seu ensino, em oposição aos dos fariseus, cerne teológico do judaísmo. Estes transformaram a religião em matéria de ritos, gestos, roupas pomposas, celebrações teatrais. Jesus a traz para o interior. “Tu, porém, entra em teu quarto”.  Até o “Pai nosso” deveria ser recitado na vida privada, e não na praça. Jesus internalizou a religião, tirando-a da gestualidade teatral que inclusive sucede nas viagens papais e em algumas seitas neopentecostais, em que a entrada do pastor é saudada com o toque do shophar, cena para lá de grotesca!
Lendo todo Mateus, Guzzo terá uma noção melhor do papel do sermão do monte, por que está ali, enquanto que, em Lucas, se localiza em outro momento histórico. Os dois evangelistas usaram-no em seus contextos literários, inserindo-os como parte (e não a totalidade) da mensagem cristã, mostrando que sua ética permeia o evangelho, mas não é a essência do evangelho.
Ao dizer que ela nunca cumpriu o Sermão da Montanha, ele ignora fatos. A Igreja teve falhas enormes, mas humanizou o mundo. Quantos hospitais, trabalhos com hansenianos, ajuda a mendigos, e apoio a necessitados a Igreja e as igrejas têm cumprido! Guzzo ignora a luta social de Wilberforce. Ignora Madre Teresa da Calcutá. Ignora Martin Luther King Kr, com sua resistência pacífica, tirada do Sermão. Quando a polícia veio agredir os negros, King mandou que se sentassem e apanhassem. Ali eles venceram! Guzzo ignora Visão Mundial, Compassion, o trabalho de Charles Colson pela humanização dos presídios. Ignora Schweitzer, ambulatórios e escolas para carentes feitos pela Igreja e pelas igrejas. Até mesmo a Ordem Franciscana. Ignora que o trabalho dos batistas tirou mais gente do crack que a política de tolerância governamental. Que nossos orfanatos mudaram o destino de mais crianças que a Fundação Casa. Vamos fazer um levantamento?
Lendo o Novo Testamento, Guzzo verá que o mais importante da Bíblia não é sua ética, mas a obra de Jesus Cristo efetuada na cruz. Pode não gostar disso, mas não faz diferença porque é isso. Não gosto de Marx, mas não posso dizer que Marx ensinou o que eu acho que ensinou, e que destoa do que ele escreveu. Os quatro evangelhos terminam com a morte e a ressurreição de Jesus. As cartas do Novo Testamento, bem como o livro de Atos tratam deste assunto, como sendo a culminância do judaísmo e o tema central do cristianismo. O judaísmo é o vinho velho. Em Jesus chega o vinho novo. Paulo disse que o evangelho é isto: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras e ressuscitou dos mortos segundo as Escrituras”. O mais importante na Bíblia, Sr. Guzzo, é a pessoa de Jesus, e não uma parte de seus ensinos. A igreja de Cristo foi fundada com base nesta pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Não foi “Que achais do Sermão do Monte?”.
O autor encerra o artigo falando sobre o Sermão da Montanha: “’… é nele que Cristo ensina que o homem tem que ser honesto, tolerante e generoso, tem de dizer a verdade, saber perdoar e buscar a justiça, viver em paz e amar o próximo”. Jesus não precisaria vir o mundo para dizer isto. Foi dito no Antigo Testamento, e com muito mais ardor pelos profetas que por ele. Dizem as pessoas sem muita noção: “Ele foi morto porque pregou o amor e a paz”. Engano. Para que morrer por dizer isto se isto fora dito milhares de vezes, antes? Ele ensinou a si mesmo, não uma verdade atrás da qual se escondeu. Lendo os evangelhos, se verifica que o tema de Jesus foi Jesus. Praticar sua ética é consequência de crer em sua pessoa e comprometer-se com ela.
Quanto à tolerância com gays, a opção pelo celibato e a negação do concubinato (viver com outra pessoa sem ser casada com ela – políticos casados não têm mais amantes, mas namoradas), desculpe. Sr. Guzzo, não lhe compete dizer à Igreja o que fazer. A questão não é “não pode isso não pode aquilo”. A questão é de valores que a Igreja adotou, e em que sua cosmovisão fazem sentido (as questões de varejo) porque mexem na questão do atacado. Não é tão simples assim. Não entender isso é ser simplório. A Igreja teria que mudar em cada geração, perderia sua autenticidade, voaria ao sabor dos ventos, nada teria a dizer ao mundo. O simples é isto: ela é voz de Deus ou eco da voz dos homens?
Sobre seu argumento que parece ser o desencadeador da argumentação, quando o Papa diz que “Se uma pessoa é gay, procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”. É uma pergunta retórica. Qualquer um pode buscar ao Senhor. É óbvio. Mas há comportamentos que a Bíblia diz que o Senhor não aceita. E a Igreja e as igrejas não têm autorização para uma nova Bíblia. Soa confuso? É simples: a Igreja não se vê como uma ONG criada para satisfazer as pessoas e massagear seu ego. Ela tem valores muito ricos, que vêm de milhares de anos, não pode se pautar pelas novidades que surgem. Ela já foi usada, indevidamente, para defender a escravidão e a violência. Como a frase de José de Anchieta: “espada e vara de ferro, que é a melhor pregação”. O contexto cultural de Anchieta adaptou a mensagem do evangelho. A Igreja de verdade, muitas vezes, terá que ir contra a cultura vigente. O verdadeiro evangelho refuta essas práticas. Como o infanticídio, a poligamia e o canibalismo eram práticas sociais aceitas e saudáveis, até que o evangelho as condenou. Sempre haverá choque entre os valores da Igreja e os do mundo. Por causa da maciça propaganda gay, o homossexualismo está em alta. Quem discorda (mesmo sem combater) é homófobo. Parece que a única virtude válida hoje é a tolerância, vista como uma caminhada na direção da ditadura do pensamento único, que abole a concepção de democracia. Só que a tolerância é sempre com os do mesmo lado. Podemos ser chamados de ”fundamentalistas” por gente que sequer sabe a origem do termo. Mas se chamarmos alguém do outro lado de “devasso”, estamos em maus lençóis. Se discordo de alguém, sou preconceituoso. Se alguém discorda de mim, usa de seu direito de expressão. É a pasteurização conceitual.
O que querem não é a humanização da Igreja, mas seu amordaçamento. Ela é vista como quem deve apoiar tudo o que os homens fazem, pois sua função é tornar pessoas felizes. Isso é ser simplório. Adaptar a mensagem do evangelho às épocas e aos quereres humanos simplesmente a aniquilaria. Se é para dizer que tudo é certo e que podem fazer o que quiserem que a Mamãe Igreja perdoa os filhinhos, ela não é necessária. Em tempo, sou protestante. A igreja não me é mãe, mas irmã.
A Igreja e as igrejas não devem buscar popularidade e aplauso do mundo. A multidão que gritava “Hosana ao Filho de Davi”, menos de uma semana depois gritava “Crucifica-o!”. Como ministro religioso não busco aplausos. Nem do rebanho que Deus me confiou. Busco ensinar o que a Bíblia diz. As pessoas devem obedecê-la e não tenho autoridade para ajustá-la ao querer humano. Quem não concordar não concorde. Da mesma forma com a Igreja. Quem não concorda com ela, paciência. O que não se pode é ter uma Igreja para cada tipo de pessoa. A concepção dominante, aqui, é o conceito de Igreja. Ela tem origem espiritual, com valores eternos, ou é uma instituição humana? Ela tem uma mensagem da parte de Deus aos homens ou é um organismo que toma decisões pela opinião pública e assim revê seus valores pelo viés da vontade humana? É a Bíblia ou o Ibope?
Críticos da Igreja e das igrejas: vocês já tentaram ouvir? Já lhes passou pela cabeça que podem estar errados e que devem acatar a primeira mensagem da igreja cristã? Em tempo: a primeira mensagem da igreja cristã não foi o amor, mas o chamado ao arrependimento, à mudança de atitudes e uma nova vida com Deus. Já pararam para pensar que devem mudar de vida? Há uma possibilidade mínima de que estejam errados, em seu culto a si e aos seus desejos?
Releia o Sermão da Montanha, Dr. Guzzo. Leia as cartas do Novo Testamento. Veja o todo para entender a árvores. Absolutizar o ensino do Sermão da Montanha é ver uma folha e pensar que viu a floresta.
Meus respeitos. Já li muito do senhor, e admiro sua competência. É a primeira coluna que leio na Veja.  Continuarei lendo e respeitando como intelectual que me instrui. Continuo lendo Maílson da Nóbrega. Que é competente. Só não leio mais o Xico Trolha por causa do seu Enoc. Deste pulei fora. Leviandade me agasta.

Do meu leito, na Unimed de Macapá,
Isaltino Gomes Coelho Filho